quarta-feira, 1 de abril de 2009

Após denúncias, Senado tenta superar a crise

Por: Renato Scofield (Política)
Desde fevereiro o Senado está passando por uma crise que ocasionou a paralisação da Casa no mês passado e deixou a população desconfiada de que o real propósito deste espaço de caráter público era servir a interesses privados por parte de seus líderes. A folha salarial do Senado, por exemplo, subiu 42% em dois anos, chegando ao valor aproximado de R$ 3 bilhões para este ano.

A disputa pelo controle da Presidência do Senado, entre José Sarney (PMDB-AP) e Tião Viana (PT-AC) - ganha pelo representante do PMDB - foi o estopim para que as revelações sobre os maus hábitos praticados na Casa viessem à tona. Foram descobertos casos de pagamentos de horas extras em mês de recesso parlamentar, fartura de cargos de direção, uso indevido de imóveis funcionais por diretores, entre outros diversos problemas. A partir daí só se discutiu esse assunto por parte dos senadores.

Uma auditoria feita no Senado revelou que existiam 181 diretores na Casa. De imediato 50 cargos de diretoria foram cortados. Entre as diretorias excluídas estava, por exemplo, a Diretoria de Apoio Aeroportuário, também conhecida como diretoria de "check-in". A função desta diretoria era facilitar a vida dos senadores em questões relacionadas a tomadas de voos, como transferências de última hora, providenciamento de embarques, etc. Ao todo a Diretoria contava com sete funcionários. O Presidente do Senado, José Sarney, não assumiu a responsabilidade por tantas diretorias.

- Os problemas caíram no meu colo, tive que demitir diretores, afastei bancos agiotas, reduzi em 10% os gastos e chamei a Fundação Getúlio Vargas para fazer uma reforma administrativa que reduzirá custos e aumentará a eficiência - disse o senador.

Com os cortes já providenciados, a estimativa é que a economia seja em torno de R$ 400 mil mensais.O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), disse que o aumento brusco no número de diretorias vem acontecendo nos últimos 12 anos. Foi o próprio secretário quem determinou o corte imediato dos 50 diretores.

- Os que perderem o status de diretor não terão mais a nomenclatura de diretor. A extinção do cargo é mais complexo. No momento que a função transformada for extinta, o que o antigo ocupante vai receber de gratificação será menor. Se recebia FC9, vai receber FC8 ou FC7. Só 20 ficarão com FC9, que é a gratificação de diretor - explicou Heráclito.

Heráclito explicou ainda que a o processo de troca de funcionários terceirizados por concursados já está sendo agilizado e que essa é uma medida para enxugar o quadro administrativo do Senado. O senador adiantou também que acredita que conseguirá substituir até 300 terceirizados e que podem haver novos concursos, se necessário.

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