Por: Mariana Pontual (Brasil)
A sociedade está indignada por causa da revelação de que o Senado tinha 181 diretores, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), apresenta nesta semana um projeto de resolução para atacar outro foco de gastos com dinheiro público. O senador quer cortar pela metade os cerca de 3 mil cargos comissionados da Casa. Com salários que variam de R$ 9,7 mil a R$ 12 mil, esses funcionários não passam por concurso público. O único critério exigido é que tenham o aval do senador ou do diretor do departamento em que vão atuar. Só na Diretoria-Geral do Senado, há 124 cargos de confiança.
Em outra frente, o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), promete anunciar a extinção de mais diretorias. Na semana passada, ele demitiu 50 dos 181 diretores da Casa. A Câmara, com 513 deputados, tem menos da metade de comissionados do Senado - que tem 81 parlamentares. Mesmo assim, o número de cargos sem concurso público é considerado alto. São 1.350 nas lideranças partidárias, comissões e Mesa Diretora. Além deles, cada deputado pode contratar até 25 secretários parlamentares sem concurso. São 11.500 assessores nessa situação.
- Estamos convocando 30 concursados amanhã e 30 na próxima semana. Vamos começar pela área de comunicação social, até por sugestão do diretor-geral da Casa-, afirmou o senador.
Heráclito disse que a medida tem como objetivo enxugar o quadro administrativo do Senado dentro da "limpeza" anunciada pelo presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP).
-Queremos diminuir os exageros nas despesas do Senado-,afirmou.
O senador explicou que os terceirizados não serão demitidos de imediato uma vez que os concursados vão cumprir um "prazo de adaptação" na Casa Legislativa.
Heráclito anunciou também a exoneração de parentes de diretores e funcionários do Senado que trabalham em empresas que prestam serviços terceirizados a Casa. Uma das empresas, a Aval, tem como responsável José Carvalho de Araújo --empresário que foi preso pela Polícia Federal na Operação Mão-de-Obra, acusado de fraudes em licitações do Senado.
Segundo o jornal "O Globo", estima-se que 90% dos servidores que trabalham em empresas terceirizadas do Senado têm parentesco com funcionários do Senado.
Heráclito se reuniu nesta quinta-feira com técnicos da FGV (Fundação Getúlio Vargas), que vai realizar um estudo para modificar a estrutura administrativa do Senado. Os técnicos e funcionários têm 30 dias para a conclusão do estudo. O objetivo é aproximar o número de diretorias e secretarias do Senado ao que existia em 2001.
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( ) Não, isso é injustiça como milhares de pessoas que estudam anos para passar em um concurso público.
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Você acredita que mesmo acabando com esse excesso de diretorias vai acabar com a corrupção no senado?
quarta-feira, 1 de abril de 2009
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