Por Márcia Soligo (Brasil)
Após a polêmica sobre a gravidez de menina de nove anos, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, excomungou os membros da família e médicos responsáveis pelo aborto. A decisão do procedimento aconteceu devido ao alto risco à saúde da criança, que, segundo os médicos, ainda não tinha os órgãos totalmente formados e prosseguir com a gestação traria sérios problemas, inclusive morte ou a impossibilidade de uma futura gravidez.
O padrasto da menina confessou que a estuprava desde que a menor tinha seis anos e fazia o mesmo com a irmã, de quatorze e portadora de deficiência física. A decisão dos médicos de realizar o aborto teve respaldo da lei brasileira, que estabelece a interrupção da gravidez como legal quando a gestante foi vítima de estupro ou corre risco de vida. Contudo, os médicos enfrentaram a oposição da igreja católica desde o momento que o caso foi divulgado.
A Igreja acabou decidindo excomungar os envolvidos, com exceção da menor, pois para tal é preciso ser maior de idade. O arcebispo Dom José Cardoso Sobrinho, responsável pelo processo, chegou a entrar com ação no MP de Pernambuco para impedir a realização do procedimento, alegando que a lei de Deus está acima da lei dos homens, por isso existe a necessidade de preservar a vida, sendo assim, o contrário se caracteriza como um crime.
- A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor. – explica o arcebispo.
A decisão final dos médicos foi a de preservar a saúde da menor, que começou a receber remédios para interromper a gestação de gêmeos na 15º semana desde que foi internada na noite de terça-feira, na maternidade pública de Recife. O aborto só ocorreu na quarta-feira e a menina recebeu alta a pedido da família.
- Há duas indicações legais no abortamento previsto em lei, que é estupro e risco de vida. Ela está incluída nos dois e, como médico, a gente não pode deixar que uma menina de nove anos seja submetida a sofrimento e até pagar com a própria vida. – disse o médico da equipe responsável pelo aborto, Olímpio Moraes.
O acontecimento gerou polêmica, movimentando a opinião de católicos, teólogos e associações que lutam pelos direitos das mulheres. A opinião da Igreja é clara nestes casos, tanto que o padrasto responsável pelo estupro não foi excomungado, pois segundo a Igreja, ele não cometeu um crime contra a vida, ao contrário dos médicos e da mãe da menor.
Saiba Mais:
+ Lula fala sobre aborto realizado em menina de nove anos.
+ Arcebispo diz que acusado de estupro não pode ser excomungado.
+ Menor de 11 anos teria sido estuprada pelo padrasto.
Enquete:
Você acha que certos dogmas da Igreja deveriam ser reconsiderados?
( ) sim
( ) não
Fórum:
O Brasil está preparado para discussões polêmicas como aborto, religião e homosexualidade?
Após a polêmica sobre a gravidez de menina de nove anos, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, excomungou os membros da família e médicos responsáveis pelo aborto. A decisão do procedimento aconteceu devido ao alto risco à saúde da criança, que, segundo os médicos, ainda não tinha os órgãos totalmente formados e prosseguir com a gestação traria sérios problemas, inclusive morte ou a impossibilidade de uma futura gravidez.
O padrasto da menina confessou que a estuprava desde que a menor tinha seis anos e fazia o mesmo com a irmã, de quatorze e portadora de deficiência física. A decisão dos médicos de realizar o aborto teve respaldo da lei brasileira, que estabelece a interrupção da gravidez como legal quando a gestante foi vítima de estupro ou corre risco de vida. Contudo, os médicos enfrentaram a oposição da igreja católica desde o momento que o caso foi divulgado.
A Igreja acabou decidindo excomungar os envolvidos, com exceção da menor, pois para tal é preciso ser maior de idade. O arcebispo Dom José Cardoso Sobrinho, responsável pelo processo, chegou a entrar com ação no MP de Pernambuco para impedir a realização do procedimento, alegando que a lei de Deus está acima da lei dos homens, por isso existe a necessidade de preservar a vida, sendo assim, o contrário se caracteriza como um crime.
- A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor. – explica o arcebispo.
A decisão final dos médicos foi a de preservar a saúde da menor, que começou a receber remédios para interromper a gestação de gêmeos na 15º semana desde que foi internada na noite de terça-feira, na maternidade pública de Recife. O aborto só ocorreu na quarta-feira e a menina recebeu alta a pedido da família.
- Há duas indicações legais no abortamento previsto em lei, que é estupro e risco de vida. Ela está incluída nos dois e, como médico, a gente não pode deixar que uma menina de nove anos seja submetida a sofrimento e até pagar com a própria vida. – disse o médico da equipe responsável pelo aborto, Olímpio Moraes.
O acontecimento gerou polêmica, movimentando a opinião de católicos, teólogos e associações que lutam pelos direitos das mulheres. A opinião da Igreja é clara nestes casos, tanto que o padrasto responsável pelo estupro não foi excomungado, pois segundo a Igreja, ele não cometeu um crime contra a vida, ao contrário dos médicos e da mãe da menor.
Saiba Mais:
+ Lula fala sobre aborto realizado em menina de nove anos.
+ Arcebispo diz que acusado de estupro não pode ser excomungado.
+ Menor de 11 anos teria sido estuprada pelo padrasto.
Enquete:
Você acha que certos dogmas da Igreja deveriam ser reconsiderados?
( ) sim
( ) não
Fórum:
O Brasil está preparado para discussões polêmicas como aborto, religião e homosexualidade?
Um comentário:
Gostei muito dos temas da enquete e do fórum, e o texto foi muito bem conduzido! O hipertexto também deu dinâmica ao início da matéria.
Postar um comentário